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Contos Escondidos de Machado de Assis

Livraria Civilização 1967



Contos Escondidos
Capa
contos Escondidos
Contra - Capa
























Em "Contos Escolhidos" é uma coletânea composta de doze contos clCássicos

brasileiros e obras-primas de Machado de Assis. Em seus contos verificam-se

constantemente os conjuntos de temáticas: ironia e humor, tragédia e

comicidade, a loucura, o desejo pela perfeição não atingida, a dúvida, críticas as vaidades humanas entre outros. Por uma linha temos o lado psicológico das personagens, o que se passa em sua alma e por outra linha temos constantes

diálogos que nos dão à sensação de estar escutando a fala das personagens,

vendo as cenas e a observação de seu mundo exterior.



Em “Missa do galo” – primeiro conto – temos a narração de Nogueira contando uma conversa que teve com Conceição, uma senhora casada de trinta anos,

quando ele tinha dezassete anos e estava hospedado na casa de Meneses,

esposo de Conceição. Uma narrativa tensa, na qual a perspicácia de um leitor

assíduo faz supor que havia um suposto triangulo amoroso, porém não se tem a certeza de nada, mas no diálogo dos personagens há muitas insinuações sedutoras, deixando uma brecha de dúvida no relacionamento entre Nogueira e Conceição.  Em “Uns Braços” temos também um relacionamento de atração de um rapaz jovem por uma mulher mais velha, em um jogo escondido de sedução feminina.


Os contos “Um homem Célebre” e “Cantigas de Esponsais” narram à ambição artística de dois músicos populares que anseiam compor uma boa música e ser lembrado por ela após sua existência, porém não conseguem e morrem antes, todos de maneira trágica e ao

mesmo tempo cômica.


Em “Teoria do medalhão” temos um conto feito totalmente de diálogos entre um pai e um filho, sendo que o segundo poucas vezes interfere na conversa, no qual o pai dá conselhos medíocres para o filho se tornar um medalhão (sábio que consegue respeito e fama) e conseguir facilmente sucesso na vida. Temos neste conto uma visão crítica da sociedade da época, que ainda está presente na contemporaneidade.


O conto “O Espelho” é uma narração contendo constantemente alegorias envolvendo por um lado à contradição humana e a crença religiosa e por outro uma crítica disfarçada às crenças da sociedade. Uma narrativa cheia de simbologias e mistérios envolvendo traços de loucura em luta com a sanidade de um homem que afirma que o ser humano possui duas almas. Reflexões, filosofia, questionamentos, religiosidades entre outros traços estão presentes no conto.


Em “A Cartomante” temos mais uma narração perfeita de um triângulo amoroso, constituído por Rita mulher de Vilela e Camilo, seu amante e melhor amigo de Vilela. Com uma narrativa tensa com traços humorísticos e críticos é exposta a ingenuidade do homem em frente às artificialidades dos misticismos e crenças por oportunistas como a velha

cartomante e as reviravoltas que traz consequentemente o amor, principalmente quando esse parece ser impossível socialmente e se concretizado tendo um final infeliz.


Nos contos “A chinela turca” e “Marcha fúnebre” temos um contraponto temático entre realidade e fantasia dos personagens protagonistas, temos a dúvida, a incerteza, questionamentos psicológicos do mundo interior das personagens e até reflexões filosóficas diante dos acontecimentos narrados.

O primeiro trata da história de um bacharel que diante de um acontecimento tedioso acaba fantasiando uma realidade paralela na qual vive um pesadelo e a segunda história trata de um homem que após saber da morte de seu inimigo e de no caminho de casa ficar sabendo da morte de um homem que morreu “do nada”, fica tendo sensações e fantasias de como seria morrer assim de repente, sem sentir dor e, ainda imagina, como seria a repercussão de sua morte.


No conto “A Igreja do Diabo” temos um apólogo moralizante narrando a relação entre Deus e o Diabo, a razão e a religião e o homem e suas contradições, tudo de forma cômica tendo questionamentos constantes escondidos em fortes alegorias.  Tudo a partir do momento em que o Diabo decide criar uma igreja.


Em “Pai contra Mãe” temos uma visão crítica do comportamento egoísta e desumano do homem, isso no momento em que para poder ficar com o filho recém-nascido, Cândido Neves (espécie de caçador de escravos fujões) entrega uma escrava fugitiva e grávida para seu dono em troca de uma recompensa em dinheiro que consequentemente lhe daria a condição de ficar com o filho e não ter que abandoná-lo. Porém essa escolha traz consequências para a escrava, que acaba abortando o filho.


Em “Miss Dollar” temos um conto dividido em oito capítulos narrando a história de um médico apaixonado e colecionador de cães que após achar e devolver para sua dona uma cadelinha galga – Miss Dollar – acaba por conhecer o amor de sua vida, porém para esse amor se concretizar ele passa por diversos contratempos, numa narrativa por vezes com traços de humor, e até mesmo romântica, apesar do final trágico e engraçado da cadelinha.



Esperam amores, amantes, o desfecho de um mistério, ou apenas o destino.

Sentadas muitas, que a espera parece longa. São personagens e espaços de cenografia minimalista num teatro de solidão e saudade que atravessou autores e literaturas, do romance histórico português ao policial dedutivo inglês, do realismo francês ao romântico brasileiro. São as imagens de Baganha (Albino Duarte Baganha), ilustrador de fugaz presença no cruzamento das décadas de 50 e 60, em deliciosas capas de livros de bolso da Editora Civilização.

Baganha oscilava entre o traço rápido quase esboço e a preciosa anatomia comparável a ilustradores da época como Paulo-Guilherme ou Luís Filipe de Abreu. Em sóbrias impressões a duas cores diretas, Baganha adiciona uma terceira cor com o branco do papel. Na ilustração de Contos Escolhidos, de Machado de Assis, podemos observar como a figura foi desenhada simultaneamente no convencional traço negro e a branco em recorte no fundo rosa, em virtuoso jogo de positivo-negativo.

A utilização do branco como cor permitia desenhar sem traço como na capa de O Sonho, de Zola. O processo de trabalho não tinha um original equivalente ao resultado impresso, apenas layers em papel, pincelados a preto, que na oficina tipográfica se traduziam em chapas de impressão de cores diferentes.

As singelas capas de Baganha são o testemunho de uma época de grande intimidade entre artistas gráficos e técnicas de impressão, e que tem hoje na ilustração digital equivalente nas cores planas simuladas em sofisticados softwares de desenho vetorial e edição de imagem.


Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de

Janeiro, publicou seu primeiro poema em 1855. Foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. 

“A obra de Machado de Assis abrange diferentes gêneros literários. Na poesia,

iniciou com o romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo

Indianismo em Americanas (1875), o parnasianismo em Ocidentais (1901).

Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses (1870) e

Histórias da meia-noite (1873); os romances Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), considerados como pertencentes ao

seu período romântico.

A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas, que

fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua

portuguesa.”

O autor faleceu no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras e ocupou por dez anos a

presidência da Academia.

 

Machado de Assis escreveu e publicou quase 200 contos. Escolher 40 para esta antologia não é tarefa simples. A coletânea revela o grande escritor brasileiro, cuja produção principal data das últimas décadas do século XIX e demonstra seu potencial de excelente observador da alma humana e da sociedade urbana do Rio de Janeiro, então capital do país.

A seleção foi feita pelo professor e escritor Mário Feijó valorizando contos com apelo tanto para jovens como para leitores experientes. Os textos consagrados não poderiam faltar, mas reunimos também diversas narrativas menos conhecidas, onde a ironia machadiana mergulha nas sutilezas da natureza humana.


Esta coletânea inclui os seguintes contos:

• A carteira

• Uns braços

• O relógio de ouro

• Três tesouros perdidos

• A chinela turca

• Noite de almirante

• Questões de marido

• Casa, não casa

• O sainete

• Missa do galo

• Conto de escola

• O caso da vara

• Uma senhora

• D. Paula

• Frei Simão

• Singular ocorrência

• Cantiga de esponsais

• A igreja do diabo

• O alienista

• Na Arca

• Pai contra mãe

• Jogo do bicho

• Três consequências

• Galeria póstuma

• Luís Soares

• A senhora do Galvão

• O machete

• Aurora sem dia

• O sermão do diabo

• Uma excursão milagrosa

• Papéis velhos

• Trio em lá menor

• Ernesto de tal

• O segredo de Augusta

• Mariana

• A cartomante

• Teoria do medalhão

• Suje-se gordo!

• Vênus! Divina Vênus!

• Um homem célebre

 

Capa do livro "Contos escondidos" encontra-se desgastada/ manchada/ um pouco escurecida.

O miolo encontra-se em bom estado mas, com algumas manchas amarelados 

Carimbo do Sebo na folha de rosto

Livro antigo em bom estado para a leitura.






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